Monday, February 13, 2012

A todos os que amam o Algarve

É escusado dizer, mas o nosso Algarve é um local de lazer por excelência.
Não, não falamos somente do turismo, referimo-nos aos residentes locais. Com um clima ameno e 300 dias de sol por ano, o Algarve é um destino de muitos reformados de várias nacionalidades tal como um local para levar uma vida repleta de descontracção para os locais.
Nossa percepção é de que o Algarvio é uma pessoa descontraída nas suas expectativas. A prática da pesca desportiva e da caça são ainda realidades que envolvem a imagem da vida do Algarvio.
Conhecedores a realidade do Oeste Algarvio (Barlavento) estamos cientes que a pesca desportiva é uma realidade cultural desta gente, apesar da muita controvérsia que os legisladores criaram com a regulamentação excessiva, inadvertidamente criando uma desfiguração cultural da região.


O mesmo aconteceu com a caça. Nas rotas migratórias de algumas aves, a caça era praticada por uma grande percentagem de locais e mesmo até aos anos 90, fonte turística maioritariamente nacional. Infelizmente nossos legisladores tentam converter tudo em receitas e reparando que muitos caçadores nacionais se deslocavam a Espanha para a prática deste desporto, criaram o mesmo formato de zonas de caça como a dos Espanhóis. É claro que esta devia ser melhor regulamentada do que era antes dos anos 90 e pós 25 de Abril (1974), mas este facto fez com que este desporto outrora praticado por muitos passa-se a ser praticado por alguns. Hoje, após este assassinato cultural maioritariamente nacional, muitas coutadas reclamam a sua não sustentabilidade por falta de caçadores.

Enquanto esta identidade cultural se tem vindo a extinguir, ao mesmo tempo tem servido para um turismo endinheirado receber um estatuto de "Lord's" no aproveitamento dos recursos do Algarve.
Sim, trás vantagens económicas para a região, não somente os exemplos aqui mencionados como muitos outros, mas desfigurou o povo e a questão fundamental é "Valeu a pena?".


A ASAE devido certamente a problemas técnicos, apreendeu somente as serpentinas dos alambiques antiquíssimos, feitos de cobre/latão para evitar a produção caseira de medronho (mais um assassínio cultural). Reparem; os alambiques de latão/cobre são peças caríssimas que eram herdadas de trisavós, alguns tinham séculos e agora estes pequenos produtores ficaram só com a caldeira do seu alambique, e a ASAE armazenou, se não destruiu, as serpentinas destes. Estas peças nunca mais se vão encontrar e estão para sempre perdidas.
Com a recente autorização para uma pequena produção (5 litros) para os produtores domésticos, voltamos a poder fazer o nosso medronho, mas com alambiques de alumínio e/ou de plástico de fabrico Chinês.
O medronho sempre foi atracção turística da região especialmente por ser um factor cultural.

E agora, "Valeu a pena????".

Quanto mais tempo o poder central irá desfigurar o seu povo por desejo de  controlo. Porquê que os Algarvios não tem poder para decidir a sua identidade? Quanto mais tempo o Algarve é visto pelo poder central como uma fonte de receita através do turismo e que o Algarve é e sempre será a terra dos Algarvios??

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